Pielonefrite não-obstrutiva crônica associada a refluxo
A pielonefrite crônica é uma infecção renal persistente que pode levar a complicações graves se não for tratada corretamente. Quando essa condição está associada ao refluxo vesicoureteral (RVU), recebe a classificação CID-10 N11.0 – Pielonefrite Não-Obstrutiva Crônica Associada a Refluxo.
Neste artigo, vamos abordar o que significa essa condição, quais são suas causas, sintomas, formas de diagnóstico e os melhores tratamentos disponíveis.
A pielonefrite crônica é uma infecção recorrente nos rins que pode causar inflamação progressiva e cicatrizes renais. Quando essa infecção ocorre devido ao refluxo vesicoureteral (RVU) – condição na qual a urina retorna dos ureteres para os rins – a doença é classificada com o código CID-10 N11.0.
Esse tipo de pielonefrite ocorre sem obstrução física, ou seja, não há cálculos renais ou outras barreiras mecânicas impedindo o fluxo urinário. O problema está na regurgitação da urina, que facilita a entrada de bactérias nos rins e aumenta o risco de infecção crônica.
A principal causa dessa condição é o refluxo vesicoureteral (RVU), que pode ser congênito (presente desde o nascimento) ou adquirido ao longo da vida. O RVU ocorre devido a um defeito na junção entre os ureteres e a bexiga, permitindo que a urina retorne para os rins em vez de ser eliminada corretamente.
Outros fatores que podem contribuir para a pielonefrite crônica incluem:
✔ Infecções urinárias recorrentes (especialmente em crianças e mulheres).
✔ Anormalidades congênitas do trato urinário.
✔ Disfunções na bexiga, como bexiga neurogênica.
✔ Uso prolongado de cateter urinário.
Se não for tratada adequadamente, essa condição pode levar à insuficiência renal crônica, tornando essencial o diagnóstico e o tratamento precoce.
Os sintomas da pielonefrite crônica podem variar conforme o estágio da doença. Muitas vezes, a condição evolui de forma silenciosa, sem sinais evidentes. No entanto, alguns sintomas comuns incluem:
🔹 Dor lombar ou dor no flanco, geralmente em um dos lados do corpo.
🔹 Febre e calafrios, em casos de infecção ativa.
🔹 Vontade frequente de urinar, mesmo eliminando pouca urina.
🔹 Dor ou ardência ao urinar.
🔹 Urina com cheiro forte e cor turva.
🔹 Presença de sangue na urina (hematúria).
🔹 Fadiga e fraqueza, em casos mais avançados.
Em crianças, a pielonefrite crônica pode se manifestar com sintomas inespecíficos, como baixo ganho de peso, irritabilidade e episódios frequentes de infecção urinária.
Para confirmar o diagnóstico do CID-10 N11.0, o médico pode solicitar diversos exames, como:
📌 Exames de urina – Identificam sinais de infecção, presença de leucócitos e bactérias.
📌 Urocultura – Determina qual bactéria está causando a infecção e qual antibiótico é mais eficaz.
📌 Ultrassonografia renal – Avalia inflamação, cicatrizes nos rins e possíveis alterações anatômicas.
📌 Uretrocistografia miccional – Exame específico para detectar refluxo vesicoureteral.
📌 Cintilografia renal – Mede a função renal e identifica cicatrizes nos rins.
📌 Tomografia computadorizada – Em casos mais complexos, pode fornecer imagens detalhadas dos rins e vias urinárias.
A combinação desses exames permite um diagnóstico preciso e a definição do tratamento mais adequado para cada paciente.
O tratamento da pielonefrite crônica depende da gravidade da infecção, da presença de cicatrizes renais e da função renal do paciente. As principais abordagens incluem:
💊 Infecções ativas devem ser tratadas com antibióticos específicos, prescritos conforme os resultados da urocultura.
💊 Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso contínuo de antibióticos em doses baixas para prevenir novas infecções.
✔ Casos leves de RVU: Muitas vezes, o refluxo desaparece sozinho durante a infância. Nestes casos, a conduta pode ser apenas acompanhamento clínico.
✔ Casos moderados e graves: Pode ser necessário tratamento cirúrgico para corrigir o refluxo e evitar complicações futuras.
✔ Aumentar a ingestão de água para ajudar a eliminar bactérias do trato urinário.
✔ Urinar regularmente para evitar o acúmulo de urina na bexiga.
✔ Evitar substâncias irritantes, como café e bebidas alcoólicas, que podem piorar os sintomas urinários.
Em casos graves de RVU, pode ser indicada uma cirurgia corretiva para impedir que a urina retorne aos rins. O procedimento mais comum é a reimplantação ureteral, que ajusta a junção entre os ureteres e a bexiga.
Pacientes com pielonefrite crônica devem fazer acompanhamento médico regular para avaliar a função dos rins e prevenir complicações, como hipertensão e insuficiência renal crônica.
Se não tratada adequadamente, a pielonefrite crônica associada a refluxo pode levar a problemas sérios, incluindo:
⚠ Cicatrizes renais permanentes.
⚠ Hipertensão arterial secundária.
⚠ Insuficiência renal crônica, exigindo diálise ou transplante renal.
⚠ Infecção generalizada (sepse), em casos graves de infecção ativa.
Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para garantir que a doença seja controlada e não evolua para estágios mais graves.
A pielonefrite não-obstrutiva crônica associada a refluxo (CID-10 N11.0) é uma condição séria que requer atenção médica contínua. O refluxo de urina para os rins aumenta o risco de infecções recorrentes, podendo levar a cicatrizes renais permanentes e, em casos graves, à insuficiência renal.
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais para evitar complicações. Se você ou alguém que conhece apresenta infecções urinárias frequentes, dor lombar ou outros sintomas descritos, procure um médico para avaliação.
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O CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) é uma ferramenta crucial para profissionais de saúde e epidemiologistas em todo o mundo. Desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o CID-10
desempenha um papel fundamental na monitorização e análise da incidência e prevalência de doenças, bem como na compreensão das tendências de saúde globais.
Esta classificação abrangente e universaliza padrões para a categorização de uma vasta gama de condições médicas, incluindo doenças, problemas de saúde pública, sinais e sintomas, causas externas de lesões e circunstâncias sociais.
Ao estabelecer uma linguagem comum e uma estrutura padronizada, o CID-10 facilita a comunicação entre profissionais de saúde em diferentes regiões e permite a comparação consistente de dados epidemiológicos em escala global.
Ao utilizar o CID-10, os profissionais de saúde podem identificar com precisão as condições médicas, acompanhar sua prevalência ao longo do tempo e avaliar o impacto de intervenções de saúde pública. Além disso, o CID-10 desempenha
um papel essencial na pesquisa clínica, na formulação de políticas de saúde e na alocação eficaz de recursos para atender às necessidades de saúde da população.
Em resumo, o CID-10 é uma ferramenta indispensável para a análise e monitorização da saúde mundial, fornecendo insights valiosos que ajudam a orientar ações e estratégias para promover o bem-estar das comunidades em todo o mundo.
Capítulo | Descrição | Códigos da CID-10 |
Fonte: CID-10
Notas: As lesões e envenenamentos (capítulo XIX) admitem dupla classificação: pela natureza da lesão (causas S00-T98) ou pela causa externa (causas V01 a Y98). Para morbidade, admite-se o uso por ambas as classificações. O SIH/SUS, em sua regulamentação, indica o uso do capítulo XIX como diagnóstico primário e o capítulo XX como diagnóstico secundário, quando possível. Durante os primeiros meses de implantação da CID-10, foi admitido o uso do código U99 - CID 10ª Revisão não disponível, por dificuldades no treinamento e distribuição do material; assim, nesse período, deve ser considerada a existência de internações com diagnóstico não identificado. |
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I | Algumas doenças infecciosas e parasitárias | A00-B99 |
II | Neoplasmas [tumores] | C00-D48 |
III | Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários | D50-D89 |
IV | Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas | E00-E90 |
V | Transtornos mentais e comportamentais | F00-F99 |
VI | Doenças do sistema nervoso | G00-G99 |
VII | Doenças do olho e anexos | H00-H59 |
VIII | Doenças do ouvido e da apófise mastóide | H60-H95 |
IX | Doenças do aparelho circulatório | I00-I99 |
X | Doenças do aparelho respiratório | J00-J99 |
XI | Doenças do aparelho digestivo | K00-K93 |
XII | Doenças da pele e do tecido subcutâneo | L00-L99 |
XIII | Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo | M00-M99 |
XIV | Doenças do aparelho geniturinário | N00-N99 |
XV | Gravidez, parto e puerpério | O00-O99 |
XVI | Algumas afecções originadas no período perinatal | P00-P96 |
XVII | Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas | Q00-Q99 |
XVIII | Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte | R00-R99 |
XIX | Lesões, envenenamentos e algumas outras conseqüências de causas externas | S00-T98 |
XX | Causas externas de morbidade e de mortalidade | V01-Y98 |
XXI | Fatores que influenciam o estado de saúde e o contato com os serviços de saúde | Z00-Z99 |
** | CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido ou inválido | U99, em branco ou inválido |
Médica formada pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), em Santa Maria/RS em 2007, com CRM/SC 20440. Cirurgiã Geral com residência médica no Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre/RS (RQE 11728) e Cirurgiã Plástica com residência médica no Hospital Ipiranga, em São Paulo/SP com RQE 11729. Além de especialista pelo MEC e pela Associação Médica Brasileira, é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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